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"Dr. Marcelo Gonçalves Sousa"

Cirurgia de perda de peso - Será para mim ?
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Nos últimos 30 anos, as taxas de obesidade quase dobraram. No Brasil, metade da população apresenta excesso de peso e 17% de obesidade. Apesar dos fatores genéticos e das substâncias que estimulam a ingestão de comida, a obesidade é reflexo direto dos hábitos da vida moderna, ausência de atividade física e alimentação de alto valor calórico, sem qualidade nutricional. Os maiores problemas dos obesos são: autoimagem, cobrança social, preconceitos, limitações físicas e riscos muito maiores de câncer, derrame, refluxo, esteatose hepática, cirrose, infarto, hipertensão, colesterol alto, diabetes, doença renal, infertilidade, artrite e apneia do sono. Com isso, os obesos mórbidos podem reduzir em até oito anos a expectativa de vida. Para classificar a obesidade, utiliza- -se a relação do peso com a altura e Índice de Massa Corporal (IMC), mas as avaliações dos distúrbios metabólicos e da distribuição corporal das massas são importantes para definir o tratamento. A primeira opção de tratamento é o clínico, que inclui dieta, exercícios, medicação e acompanhamento com endocrinologista, educador físico, nutricionista e psicólogo. O objetivo é trocar o cenário de sedentarismo e má alimentação pela atividade física e dieta balanceada. Quando a obesidade prejudica a saúde e o tratamento clínico falha, a cirurgia é a opção, levando em conta o IMC e as doenças relacionadas, chamadas de “comorbidades”. O método é conhecido popularmente como “redução de estômago”, mas vai além da estrita redução do estômago ou desvio do intestino, tendo papel no controle metabólico e na modificação da saciedade. O preparo, antes e após a cirurgia, deve ser feito por uma equipe multidisciplinar, que exige profissionais indispensáveis ao bom resultado. Os candidatos à cirurgia apresentam falha no tratamento clínico e IMC acima de 40kg/m2 ou entre 35kg/m2 e 40Kg/m2, com comprometimento da saúde em razão do excesso de peso. Alguns pacientes ainda não contemplados pelas normas atuais do CFM (Conselho Federal de Medicina) para cirurgia bariátrica (diabético obeso grau 1 e tratamento clínico ruim), são beneficiados nos recentes estudos em algumas situações especiais pela chamada cirurgia metabólica. Há quatro modalidades aprovadas de cirurgia bariátrica: banda gástrica, duodenal switch, by pass gástrico e gastrectomia vertical (sleeve). Cabe ao médico apresentá-las ao paciente e recomendar a mais apropriada para cada caso, baseando-se nos exames, na previsão do seguimento pós-operatório, perda de peso e nas comorbidades, principalmente diabetes e refluxo. Atualmente, técnicas laparoscópicas (menos invasivas) oferecem melhor visualização e acesso das estruturas anatômicas, diminuindo dores, reduzindo tempo de internação, retorno mais rápido às atividades e perda de peso semelhante. O paciente deve entender e concordar com as novas necessidades dietéticas, com o acompanhamento da equipe, o controle das carências nutricionais, a rotina de exercícios e a compreensão das mudanças, adquirindo estilo de vida saudável de forma fácil e suave já no pré-operatório. A cirurgia de perda de peso é continuamente aperfeiçoada para melhorar resultados e minimizar riscos, com um conjunto de dados clínicos que suportam o uso, comprovadamente seguro e eficaz, sendo o sucesso definido ao atingir a perda de 50% ou mais do excesso de peso – mantido por ao menos cinco anos. O peso perdido depende da idade, peso inicial, comorbidades, tipo de cirurgia, prática de exercícios, compromisso com as dietas, motivação e cooperação da família e amigos. A equipe multidisciplinar é fundamental, tirando todas as dúvidas, diminuindo riscos e colaborando para o melhor resultado. Os benefícios da cirurgia são perda de peso, melhora das doenças associadas, diminuição da mortalidade, longevidade e qualidade de vida. Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais. O procedimento deve ser feito em hospital com ótima estrutura, cuidados especializados e por médicos comprovadamente capacitados, que pratiquem os procedimentos regulamentados pelo CFM e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

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Cirurgia Laparoscópica Avanço em Cirurgia Digestiva
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A cirurgia videolaparoscópica representa o maior avanço da cirurgia contemporânea. Atualmente, esta modalidade cirúrgica é considerada minimamente invasiva, pois é realizada através de pequenas incisões ou cortes no abdômen. Outras técnicas minimamente invasivas vêm merecendo a atenção no mundo todo e, em breve, devem entrar para o arsenal diagnóstico e terapêutico das doenças do aparelho digestivo como cirurgia por orifícios naturais, por mini-incisão única e cirurgia robótica. O abdômen é insuflado com dióxido de carbono gasoso, elevando a parede abdominal acima dos órgãos internos para criar um espaço de trabalho e visualização. O CO2 é comum ao corpo humano e pode ser absorvido pelo tecido e removido pelo sistema respiratório, além de não ser inflamável – o que é bem importante, pois os dispositivos eletrocirúrgicos são comumente usados em procedimentos laparoscópicos. Neste procedimento, há introdução de uma microcâmera e pinças compridas e delicadas através de portais (trocateres) colocados na cavidade abdominal por meio de pequenas incisões ou punções. A imagem captada no interior do abdômen é retransmitida através de um monitor especial. Há uma série de vantagens para o paciente com a cirurgia laparoscópica em relação ao procedimento aberto. São elas: diminuição da dor no pós-operatório, menor tempo de internação, menos trauma operatório, melhor resultado cosmético, com cicatrizes menores, retorno mais rápido às atividades rotineiras e menor índice de infecção de ferida cirúrgica. É possível realizar quase todos os tipos de cirurgia abdominal pelo método laparoscópico, sendo considerado um avanço na cirurgia geral e do aparelho digestivo, como: biópsias, tratamento de neoplasias do aparelho digestivo (esôfago, estômago, intestino, reto, pâncreas e fígado), lesões pancreáticas e hepáticas benignas, hérnias da parede abdominal, doença do refluxo, retirada da vesícula, retirada do apêndice, esplenectomia, cirurgias bariátricas, patologias ginecológicas (endometriose) e, importantíssimo, em casos duvidosos na urgência, servindo como diagnóstico e tratamento. As afecções a serem abordadas por videolaparoscopia permanecem com as mesmas indicações daquelas da cirurgia convencional, sendo uma contraindicação absoluta para esta abordagem a impossibilidade do paciente ser submetido a anestesia geral. Todos os pacientes devem ter suas condições cardiovasculares e respiratórias analisadas antes da decisão quanto à sua abordagem. A escolha da videolaparoscopia implica na criteriosa seleção dos pacientes, com base na doença a ser tratada, na experiência e treinamento do cirurgião, na infraestrutura hospitalar e na tecnologia disponível. Algumas situações como grandes tumores, coagulopatias, aderências, distensão do intestino e cirurgias mais complexas, representam obstáculos para esta técnica, sendo de grande importância a experiência e o discernimento do cirurgião, onde este método pode ser convertido para a cirurgia convencional de acordo com as circunstâncias, por necessidade ou por prudência, levando em consideração a segurança do paciente. Concluindo, a cirurgia laparoscópica não é uma cirurgia experimental, representa uma evolução da cirurgia digestiva. Ela já é realizada há muito tempo em grandes centros médicos do mundo inteiro, sempre buscando o melhor resultado e uma maior segurança para o paciente.

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Cálculo na Vesícula
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A presença de cálculos na vesícula biliar é chamada de Colelitíase. Esses cristais ou cálculos merecem atenção especial dos pacientes e especialistas, pois podem, quando grandes, obstruir o fluxo de saída da bile e causar inflamação da vesícula biliar (colecistite). Por outro lado, cálculos menores podem causar coledocolitíase, caso migrem para a via biliar que comunica a vesícula e o fígado ao intestino, passando pelo pâncreas, onde, por sua vez, é capaz de provocar infecção nessas vias biliares (colangite) ou inflamação no pâncreas (pancreatite). Além de que, cálculo grande é um fator de risco para neoplasia de vesícula biliar com o passar dos anos. Os cristais podem ser formados por uma grande variedade de substâncias, porém as mais comuns são: pedras negras: formadas por sais de cálcio e bilirrubina; mais comuns em portadores de anemia, cirrose e infecções no trato biliar. Pedras amarelas: pedras de colesterol, mais comuns após perdas bruscas de peso. Podem ser esverdeadas, se contém biliverdina, o precursor da bilirrubina. Pedras marrons: caracterizam a maior parte dos casos, cerca de 80%, contém colesterol, bilirrubina, sais de cálcio e bactérias. Os cálculos variam bastante em forma e tamanho, dependendo de sua composição. Os pequenos são mais perigosos, pois podem migrar e obstruir os ductos, mas os grandes podem irritar a vesícula em longo prazo ser um fator de risco para câncer. Na vesícula, são formados vários cristais pequenos, ou um único cristal grande, na maioria das vezes. A Colelitíase se forma, geralmente, quando há modificação da composição dos seus componentes: colesterol ou pigmentos biliares, ou proteínas, ou fosfolipídios. Assim, os fatores de risco são: mulheres em idade fértil, mais de 40 anos, sobrepeso ou obesidade, gravidez, dieta rica em gordura, dieta rica em colesterol ruim, dieta pobre em fibras e rica em carboidratos, história familiar de cálculos, diabetes ou intolerância à glicose, perda de peso muito rapidamente, jejum prolongado, cirrose, doença de Crohn e alguns medicamentos, principalmente com estrogênio. A maior parte desses pacientes não apresentam sintomas por muitos anos, sendo descobertos, os cálculos, em exames de rotina ou solicitados por outros motivos. Em 25% dos casos, os sintomas são de dor abdominal em cólica, mas, quando numerosas ou muito grandes, as dores podem se intensificar rapidamente na parte superior direita do abdômen, centro superior, dor nas costas podendo, até, irradiar para o ombro direito. A ultrassonografia, sendo um exame com alta sensibilidade para o diagnóstico e quando associado com alguns exames laboratoriais, podem sugerir alguma migração das pedras para os ductos biliares. A dor pode durar de vários minutos a algumas horas ou, em casos mais complexos, a persistência dela associada com febre ou pele e conjuntiva amareladas (icterícia), necessitam de uma investigação mais detalhada de migração. Nos casos sintomáticos, analgésicos e anti-inflamatórios aliviam a dor, mas o tratamento de escolha é a remoção total da vesícula biliar, chamada de colecistectomia, principalmente nos quadros agudos de inflamação. Nesse caso, a opção indicada seria por videolaparoscopia, exceto em pacientes extremamente graves, que devem submeter-se apenas à drenagem da bile e antibióticos. Outras formas de tratamentos encontradas na literatura, como litotripsia, antiespasmódicos, anticolinérgicos, ácido desoxicólico ou ácido ursulcólico, e outros, dependem do tipo do cálculo, da função da vesícula e do estado do paciente, devendo ser utilizadas em casos específicos. Os resultados das modalidades não cirúrgicas apresentam altos índices de recorrência, não evitam sintomas e não apresentam os bons resultados do tratamento cirúrgico, assim não são utilizados na rotina clínica. A decisão de cirurgia para os cálculos assintomáticos, deverá ser baseada na condição clínica do paciente, no aspecto e tamanho dos cálculos, nas sintomatologias associadas e na presença de outras doenças, principalmente do estômago, devendo o paciente fazer uma avaliação com um especialista para que seja ponderado o risco e o benefício do procedimento e sanadas suas dúvidas, visto que, a conduta deverá ser direcionada para cada caso.

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Doença do Refluxo Gastroesofágico pode ser tratado com cirurgia?
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A Doença do Refluxo Gastroesofágico é uma das afecções mais frequentes na prática médica, havendo piora na qualidade de vida e gastos constantes. A obesidade, a falta de atividade física, o estresse e o padrão alimentar, exercem papéis importantíssimos nesta patologia, enquanto eles não forem controlados, possivelmente o tratamento ficará mais difícil. As queixas podem ser típicas ou atípicas, variando de queimação ou azia, até tosse crônica, asma, rouquidão, dor torácica, pneumonias, pigarro, sinusites, desgaste nos dentes, halitose, aftas e desconforto no pescoço. Sintomas durante ou com frequência de duas vezes por semana, com história de 4 a 8 semanas, devem caracterizar portadores da doença, onde o refluxo ocasional, não significa, obrigatoriamente, ser portador da doença. Os achados na endoscopia digestiva são bastantes variados, havendo pacientes com exame normal, mas com a doença; e outros com hérnia de hiato, feridas, estreitamentos ou mudança no padrão do “piso” do esôfago, o chamado esôfago de Barrett, que têm potencial de malignização em 0,2% a 2,1% ao ano. A intensidade e a frequência dos sintomas são fracos preditores da presença ou gravidade da esofagite, entretanto, a duração da doença está associada ao esôfago de Barrett, presente em 10% a 15% dos pacientes com sintomas crônicos. Nos pacientes com sintomas típicos com resposta insatisfatória com o tratamento medicamentoso e mudanças de hábito de vida, naqueles com endoscopia normal e rebeldes ao tratamento, nas manifestações atípicas e na possibilidade de doenças que atrapalhem a movimentação do esôfago, serão necessários outros exames como: manometria, pHmetria ou impedanciometria. Medidas comportamentais e farmacológicas, têm excelentes resultados, mas depende do paciente estar ciente de que é portador de uma enfermidade crônica e, por isso, é fundamental adotar todas as medidas propostas. A educação dos pacientes quanto às modificações ao seu estilo de vida é de suma importância e devem ser discutidas com o seu médico. Existe tratamento cirúrgico? Sim, mas é de extrema importância a conversa com o especialista, sobre os prós e os contras. O resultado é muito bom, quando realizado após uma investigação e terapêutica correta, no paciente certo, na hora certa, no local certo e com a técnica certa; caso contrário aparecerão outros sintomas, com qualidade de vida ainda ruim e as chances de maiores de recidivas. Entretanto, quando todos os fatores estão corretos, aí temos resultados ótimos. Deve-se considerar Cirurgia: resposta insatisfatória ao tratamento clínico, nas manifestações atípicas com refluxo comprovado e dependência medicamentosa, necessidade de tratamento contínuo em jovens, custo alto do tratamento em longo prazo, hérnia de hiato sintomática e nas complicações: Barrett, estenoses, úlceras e sangramentos, com resposta insatisfatória ao tratamento. Pacientes com evolução ruim do esôfago de Barrett, podem necessitar de cirurgia ou não, combinada com retirada endoscópica da lesão. A cirurgia, geralmente, consiste na recolocação do esôfago no abdômen, aproximação dos músculos do diafragma e envolvimento do esôfago distal pelo fundo gástrico (fundoplicatura), realizada por Laparoscopia, com pequenas incisões, baixo índice de complicação, alimentação precoce, pouca dor, pequeno tempo de internação e retorno precoce às atividades. Há outras modalidades, mas que devem ser avaliadas caso a caso. Em caso de dúvidas, procure um especialista, pois o tratamento cirúrgico poderá ter indicação para você.

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Cirurgia Digestiva: minimamente invasiva e segura
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Considera-se minimamente invasiva toda cirurgia que para um mesmo propósito apresenta menor agressão aos tecidos do corpo que as cirurgias ditas como aberta. As menores incisões geram menores cicatrizes e o tempo de recuperação do paciente é reduzido. A história da medicina expressa uma constante evolução fundamentada no desenvolvimento técnico e na aplicação de novas tecnologias, estimulada pela curiosidade humana e por um desejo de melhores resultados. Na cirurgia do aparelho digestivo não foi diferente, onde no início do século XX, com a utilização de novos equipamentos e instrumentais, foi possível o acesso ao interior da cavidade abdominal com instrumentos ópticos, introduzidos por pequenas incisões. Este método, denominado Laparoscopia, evoluiu significantemente ao longo do século, tornando-se um procedimento diagnóstico e terapêutico fundamental, tanto em patologias eletivas, incluindo as oncológicas, quanto em patologias que necessitam de urgência. O aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas tem levado o cirurgião do aparelho digestivo a procurar vias de acesso cada vez menos invasivas, que provoquem um trauma menor, com menos dor, levando a uma recuperação rápida, bem menos incômoda, com menor tempo de internação, menor lesão dos tecidos, menor resposta metabólica, menor risco de infecção, mas que seja segura e, se possível, tenha um melhor desfecho estético, mesmo não sendo este o principal objetivo, nem razão principal do desenvolvimento da técnica. As indicações e o planejamento cirúrgico, geralmente são iguais às técnicas abertas, assim a Laparoscopia pode ser empregada para cirurgias da vesícula biliar, nas hérnias inguinais e incisionais, nos cânceres do aparelho digestivo, no fígado, no pâncreas, no refluxo gastroesofágico, na cirurgia da obesidade, nas doenças diverticulares, na endometriose, nas apendicites e em tantas outras. O conceito de cirurgia segura, envolve medidas adotadas para redução do risco de eventos adversos, diminuição dos problemas, que podem acontecer antes, durante e depois das cirurgias, sendo estes cuidados extremante importante para cirurgias minimamente invasivas. Complicações e maus resultados são encontradas em todas as técnicas, mas não devemos atribuir à via de acesso. Eventos adversos cirúrgicos são incidentes que resultam em dano ao paciente. Vários passos são importantes para segurança do procedimento: promover cuidado baseado nas melhores práticas (Medicina Baseada em Evidência), padronizar para ter sistemas mais seguros, usar o acesso à informação para dar suporte à decisão clínica e evitar se apoiar na memória, procurar melhorar constantemente o conhecimento e as habilidades com treinamentos, desenvolver times eficazes, aumentar os cuidados em salas cirúrgicas, com a realização de chek- -list de segurança antes da anestesia, antes do procedimento e antes da saída do centro cirúrgico, além de avaliar constantemente todos os processos e resultados. Hoje, a incerteza quanto à segurança e os benefícios dos métodos minimamente invasivos são indiscutíveis, temos cirurgias bariátricas com melhores resultados, pós-operatório de hérnias, com menos dor e mais rápido retorno ao trabalho, menos tempo de dúvidas diagnósticas em pronto socorro, diagnósticos precoces de apendicite, tratamentos menos traumáticos de diverticulite e hérnia de hiato, cirurgias hepáticas, pancreáticas e cirurgias oncológicas com mesmo padrão das abertas e aproveitando os benefícios da técnica. A partir do advento das técnicas menos invasivas, tem ocorrido tentativas para o aperfeiçoamento e melhoria deste fantástico avanço na arte e na ciência da cirurgia digestiva. Novas abordagens estão sendo estudadas, avaliando assistência ao paciente, segurança, satisfação e relação custo-benefício. Há diversas tecnologias paralelas, como a realidade virtual e sua aplicação no ensino cirúrgico, a robótica em cirurgia, telemedicina e o ensino a distância, todas elas com aplicação prática promissora. Um novo mundo está sendo aberto para nossa realidade cirúrgica. Algumas situações como grandes tumores, coagulopatias, aderências, distensão do intestino e cirurgias mais complexas, representam obstáculos para esta técnica, sendo de grande importância a experiência e o discernimento do cirurgião, onde este método, pode ser convertido para a cirurgia convencional de acordo com as circunstâncias, por necessidade ou por prudência, levando em consideração a segurança do paciente. Importante afirmar que as técnicas abertas continuam com bons resultados e devem sere vistas com bons olhos. A cirurgia minimamente invasiva é segura, não é uma cirurgia experimental, representa uma evolução da cirurgia digestiva. Ela já é realizada e há muito tempo em grandes centros médicos do mundo inteiro, sempre buscando o melhor resultado e uma maior segurança para o paciente. Uma avaliação com um cirurgião com especialidade em cirurgia digestiva, habilitado e treinado é fundamental para o sucesso da técnica.

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Diverticulite
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Divertículos são projeções ou herniações laterais da parede de um órgão. A doença diverticular ou diverticulose são termos empregados para definir a presença de divertículos adquiridos ao longo do cólon, mas que podem ser congênitos, raramente associados com inflamação. Diverticulite é a apresentação mais comum da doença, com inflamação destes divertículos. A prevalência da diverticulose é maior nos países industrializados e com o aumento da idade, superando os 30% na 5º década da vida e 50% entre 80 e 90 anos. A urbanização e as modificações no padrão da dieta, pobre em fibras e rica em proteína animal, são fatores de aumento da incidência. As herniações ocorrem em pontos de fragilidade do intestino, secundária ao aumento da pressão luminar necessária para propulsão das fezes, onde quanto menos fibra há na luz do intestino, maior a pressão. O local mais acometido do intestino grosso é no sigmoide, localizado na região inferior esquerda do abdômen, pois têm menor diâmetro, assim exigindo mais esforço no trânsito das fezes. Somente 20% dos pacientes com diverticulose terão diverticulite. A inflamação é atribuída à obstrução do divertículo por pequenos fragmentos de fezes e alterações da microbiota do intestino, cuja composição varia em decorrência de infecções intestinais, uso de antibióticos, dietas e cirurgias digestivas; podendo uma crise, ser o gatilho para a síndrome do intestino irritável. Dor abdominal, distensão e flatulência, podem ser sintomas de inflamação leve. Nas diverticulites, propriamente ditas, pode haver febre e dor mais forte, geralmente, no sigmoide, sendo alguma vezes palpável. As diverticulites são complicadas em 35% das vezes com fístulas, obstruções, abscessos, dor difusa no abdômen e, até, infecções generalizadas. Há quadros também de sangramentos, mas em 85% dos casos param espontaneamente. O tratamento da diverticulite não complicada pode ser feito, internando ou não, com mudanças dietéticas, hidratação, anti-inflamatórios, probióticos e antibióticos, sendo normalmente bem-sucedido. Alguns pacientes terão persistência de sintomas ou recorrência de crises, que variam de 24% a 53% nos trabalhos. Uma Tomografia deverá avaliar as formas complicadas, onde além do tratamento clínico, pode necessitar drenagens por punção de abcessos ou cirurgia, estas com grande chance do uso de colostomias. Estes riscos estão sendo diminuídos com os novos conceitos conservadores das cirurgias videolaparoscópicas, melhora no tratamento clínico e diminuição das indicações de cirurgias de urgência. Tradicionalmente, a retirada eletiva parcial do intestino foi recomendada para jovens, doença complicada ou que sofreram 2 ou mais episódios de diverticulite não complicada. No entanto, há evidências crescentes que sugerem que o histórico natural da doença pode ser mais benigno e o risco de uma recorrência complicada que requer uma operação de emergência pode ser baixo, levando muitos a desafiar as indicações tradicionais para a cirurgia, considerado o mais rentável quando a cirurgia eletiva é realizada após 3 a 4 episódios e que a idade não muda a indicação. Entretanto, a cirurgia eletiva pode estar associada à melhoria da qualidade de vida e redução da dor abdominal, tratamento médico e readmissão. Atualmente, o tempo ideal de cirurgia para pacientes com doença recorrente ainda não está claro; as diretrizes atuais recomendam estratégias individualizadas com base na gravidade, persistência ou cronicidade dos sintomas, qualidade de vida e condição geral do paciente. Nos pacientes com indicativos de cirurgia, a evidência atual é que seja feita por videolaparoscopia, tanto, na maioria dos casos de urgência quanto nos, eletivos, trazendo menor tempo de internação, menor jejum, menos dor e complicações. Os pacientes devem procurar um especialista que esteja habilitado a lidar com a doença diverticular, para definir a melhor estratégia para o caso.

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Laparoscopia em Hérnia Inguinal: cirurgia minimamente invasiva
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Os órgãos abdominais são contidos dentro da cavidade abdominal devido a presença dos músculos, que dão a força, impedindo o contato das vísceras com a pele. Uma hérnia ocorre quando há um ponto de fraqueza desta parede, permitindo que o conteúdo abaule aos esforços e reduzindo ao repouso. Homens como mulheres podem ter, sendo mais comuns nos homens; em crianças, na maioria, congênitas. Os lugares mais comuns de hérnias são na virilha (inguinal), umbigo e em locais previamente operados. Há um abaulamento localizado, acentuado quando ergue peso, tosse, faz esforço ao urinar ou evacuar e quando ficar muito tempo em pé. A dor pode ser aguda, queimação ou contínua, piorando ao final do dia. Entretanto, dor forte contínua, aumento do volume sem reduzir e vermelhidão, podem ser que a hérnia esteja encarcerada ou estrangulada, sendo uma urgência. O diagnóstico é feito com exame físico, mas em alguns casos, necessita- se de exames como ultrassom ou tomografia. O abdômen tem áreas naturalmente mais frágeis, que associada com fatores, acima mencionados, aumentam a chance de hérnias, associado com alterações na composição dos músculos, por exemplo, no metabolismo do colágeno, que gera uma predisposição. As hérnias em geral, desde que a condição clínica permita, é cirúrgica. As fundas são raramente recomendadas e geralmente ineficientes. O objetivo é melhorar os sintomas e a qualidade de vida, além de evitar o encarceramento. A cirurgia têm taxas de complicações baixas quando eletivas, mesmo em idosos. Hérnias assintomáticas de tamanho estacionário, o perigo de encarceramento, apesar de baixo é citado como motivo para operar. A decisão é individualizada, considerando: sintomas, tamanho e outras doenças do paciente, mas normalmente, cirúrgica. Hérnias inguinais primárias em mulheres deve ser operadas por causa da possibilidade de uma hérnia femoral, dificilmente diagnosticada e que encarcera mais. As hérnias inguinais podem ser reparadas por cirurgia aberta ou laparoscópica. Os procedimentos por vídeo são feitos através de uma abordagem posterior e com o uso de uma malha (tela); as operações abertas através da anterior clássica. Em ambas vias, as evidências são que sejam utilizadas as telas, para diminuir recidiva, visto se tratar de uma área com muito movimento e tecido fragilizado. A videolaparoscopia permite que o orifício seja corrigido de dentro para fora, sem cortar a pele sobre a hérnia. Através de 3 pequenos orifícios são introduzidas cânulas na cavidade, fazendo a cirurgia através de um monitor de vídeo. A hérnia é identificada e corrigida, posicionando uma tela sobre o defeito da parede. Esta cirurgia é realizada com anestesia geral. Casos de recidiva, bilaterais e mulheres tem atenção especial da técnica. Esse método têm tempo curto de cirurgia, com excelente correção, uso de telas leves, pequenas incisões, menos dor, baixíssima recorrência, retorno bem mais rápido as atividades, poucas complicações em feridas e segurança. Trata-se de uma via reconhecida, estudada e testada. Somente após uma avaliação do especialista será determinado se sua hérnia poderá se corrigida por vídeo, não sendo o melhor para pacientes que tem cirurgias prévias, hérnias gigantes ou doenças crônicas associadas. Procure um cirurgião com habilitações, especialista, com treinamento e experiência nos dois métodos, para conversar sobre riscos, vantagens e desvantagens das técnicas.

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Endometriose Intestinal
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A Endometriose Intestinal é uma doença na qual o endométrio, que é o tecido que reveste internamente o útero, se desenvolvem à volta das paredes do intestino, dificultando o seu funcionamento e causando alterações dos hábitos intestinais e intensa dor abdominal, especialmente durante a menstruação. Apenas 27% dos pacientes, com endometriose, têm envolvimento intestinal, causando cicatrizes e retrações capazes de obstruir parcialmente o intestino. A localização no intestino segue padrões bem definidos. O retossigmoide é o mais envolvido, seguido pelo intestino delgado, o ceco e o apêndice. A doença superficial geralmente não causa sintomas, mas uma doença volumosa e invasiva pode causar problemas reais. A gravidade da doença depende da profundidade da invasão na parede do intestino. Quando o reto está envolvido, frequentemente escarifica para a parte de trás do útero, causando obliteração do fundo de saco. Isso indica a presença de doença profundamente invasiva nos ligamentos útero-sacros, no fundo de saco, na vagina e geralmente na parede frontal do reto, com o que é chamado de nódulo retal. Pode causar movimentos intestinais dolorosos, dor retal durante a relação sexual, enquanto está sentado ou com passagem de gás, além de constipação, embora a diarreia possa estar presente durante o fluxo menstrual. Quando o cólon sigmoide e intestino delgado estão envolvidos por doença volumosa, os pacientes podem ter prisão de ventre, alternando com diarreia, dor, inchaço e cólicas. A maioria dos pacientes com endometriose não tem sangramento retal, embora possa haver sangramento retal e sintomas dolorosos durante o fluxo menstrual. Os exames de imagem para o diagnóstico são: Ultrassonografia (US), US Transretal, Ecoendoscopia, US Transvaginal com preparo intestinal, Colonoscopia, Ressonância de Pelve e o exame vaginal. A doença geralmente não penetra todo o intestino, mas permanece na musculatura do intestino, assim a maioria dos pacientes terão exames negativos, e a endometriose intestinal vai requerer cirurgia para seu diagnóstico. Laparoscopia, ainda, é o padrão ouro, pois diagnostica e trata a endometriose intestinal, determinando o grau e a extensão das lesões e permite a obtenção do diagnóstico histológico definitivo da doença. É a via de acesso preferencial, onde, além do tratamento no intestino, pode permitir algum procedimento nos ovários e anexos, até uma histerectomia em conjunto, quando avaliados e conduzidos pelo ginecologista. O cirurgião deve observar as áreas que podem estar envolvidas e saber como a doença intestinal pode aparecer, geralmente é branca devido a cicatrizes. Nos sintomas leves, o tratamento pode ser feito com o uso de pílulas anticoncepcionais com dosagens especiais, que evitam o crescimento do endométrio e permite alívio dos sintomas. Mas, o tratamento, com melhores resultados, da endometriose infiltrativa é cirúrgico. A via de acesso depende da experiência do cirurgião, da localização, extensão e nível de infiltração, podendo associar uma terapia medicamentosa. A excisão da lesão deve ser feita sob visualização, poupando o tecido sadio adjacente ao nódulo, incluindo parede retal e do fundo posterior do saco. Há casos em que uma ressecção segmentar maior do intestino pode ser necessária e outros que apenas retirada em disco do nódulo. A abordagem laparoscópica da endometriose pélvica grave com envolvimento retal é possível e pode ser bem sucedida; entretanto, essa cirurgia pode ser demorada, muitas vezes mais desafiadora do que a cirurgia oncológica, requerendo treinamento e experiência adicional. Uma avaliação pré-operatória precisa de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo as habilidades dos cirurgiões do aparelho digestivo e ginecologistas, buscando melhorar a tomada de decisões cirúrgicas, relacionadas ao melhor momento e o quanto retirar do intestino, com técnicas minimamente invasivas, de preferência, assim proporcionando o melhor tratamento para cada paciente, de forma individualizada.

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Cirurgia Robótica em Cirurgia Digestiva
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Dentro do contexto atual de cirurgia minimamente invasiva, em especial na cirurgia digestiva, a cirurgia robótica, ou cirurgia assistida por robô, permite que os médicos realizem muitos tipos de procedimentos complexos com mais precisão, melhor visão, flexibilidade e controle do que é possível, com as técnicas convencionais. A cirurgia robótica é geralmente associada à cirurgia minimamente invasiva e, em outros casos, até cirurgias abertas, procedimentos realizados através de pequenas incisões. A cirurgia robótica com o Sistema Cirúrgico da Vinci foi aprovada pela Food and Drug Administration em 2000. A técnica foi rapidamente adotada por hospitais nos Estados Unidos e na Europa para uso no tratamento de uma ampla gama de patologias. No Brasil, temos diversos hospitais que já trabalham de uma forma rotineira com essa técnica, inicialmente difundida para cirurgia de próstata, mas hoje, com diversas indicações e possibilidades no aparelho digestivo, incluindo cirurgias do esôfago, cirurgias oncológicas, bariátricas, cirurgias de hérnias, cirurgias de fígado e pâncreas. O sistema cirúrgico robótico clínico mais utilizado inclui um braço de câmera e braços mecânicos com instrumentos cirúrgicos ligados a eles, sendo muito seguro e com algumas possibilidades, que deixam o procedimento mais eficiente. O cirurgião controla os braços enquanto está sentado em um console de computador perto da mesa de operação. O console dá ao cirurgião uma visão 3D ampliada e de alta definição do local da cirurgia. O cirurgião lidera outros membros da equipe que ajudam durante a operação, onde em nenhum momento deixa de ser um procedimento extremamente humanizado. Como vantagens, temos que os cirurgiões que usam o sistema robótico, descobrem que, para muitos procedimentos, aumentam a precisão, a flexibilidade, a ergonomia, tão importante para a longevidade, e o controle durante a operação, além de permitir que eles vejam melhor o local, em comparação com as técnicas tradicionais. Usando a cirurgia robótica, os cirurgiões podem realizar procedimentos delicados e complexos que podem ter sido difíceis ou impossíveis com outros métodos. A cirurgia robótica é uma cirurgia minimamente invasiva, trazendo os benefícios, que incluem: menos complicações, como infecção do sítio cirúrgico, menos dor e perda de sangue, recuperação mais rápida, deambulação e alimentação precoce, cicatrizes menores e menos perceptíveis. Esse método envolve risco, alguns dos quais podem ser semelhantes aos da cirurgia aberta convencional e laparoscópica, como um pequeno risco de infecção e outras complicações. Esse tipo de cirurgia não é uma opção para todos. Converse com seu médico habilitado para tal, sobre os benefícios e riscos da cirurgia robótica e como ela se compara a outras técnicas, como outros tipos de cirurgia minimamente invasiva e cirurgia aberta convencional. Críticas existentes são relacionadas aos custos adicionais, relação com os planos de saúde e benefício real, em relação com os outros métodos. Essa técnica pode não estar disponível nos centros médicos em sua localização geográfica, mas, provavelmente, chegará, pois já deixou de ser uma coisa do futuro, hoje é uma realidade, pois já é possível o método em várias cidades.

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O que é o câncer pancreático?
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
O pâncreas é uma glândula do sistema digestivo e endócrino, medindo cerca de 12,5 cm, situada atrás do estômago, entre o intestino e o baço, sendo composta por três regiões: cabeça, que se encaixa no duodeno, o corpo e a cauda, que é a parte final. Possui duas funções: produzir enzimas para digestão e metabolismo de nutrientes; e produção de hormônios, como a insulina e glucagon, os quais regulam a utilização dos açúcares. Os sinais e sintomas de problemas no pâncreas são: dor abdominal, podendo iniciar de forma súbita e tornar- se mais forte e contínua no centro do abdômen, dor nas costas, olhos amarelados, diarreia com gordura nas fezes, náuseas e vômitos. O câncer de pâncreas começa quando as células anormais dentro do pâncreas crescem fora de controle e formam um tumor. Mais de 95% são tumores exócrinos que começam nas células que produzem enzimas, sendo os adenocarcinomas. Mas há outros tipos, como: os tumores neuroendócrinos pancreáticos que representam menos de 5% e crescem mais lentamente Estima-se que em 2020, 480 mil novos casos de câncer de pâncreas serão diagnosticados globalmente, com taxa de sobrevida muito baixa, sendo o único, em cinco anos, com um dígito (2 a 9%). Diariamente, 1.250 pessoas serão diagnosticados e 1.180 morrerão no mundo, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Os pacientes são assintomáticos nos estágios iniciais, dificultando o diagnóstico precoce, sendo o diagnóstico possível a partir de achados de exames solicitados com outras hipóteses. Os sintomas são vagos e inconstantes, variando para cada pessoa, sendo estes: dor abdominal, perda de peso inexplicável, pele ou olhos amarelos, mudança nas fezes, diabetes de início recente e problemas digestivos. A causa, geralmente, é desconhecida, mas há fatores de risco como: história familiar de câncer, diabetes, pancreatite (crônica ou hereditária), tabagismo, etnia, idade e obesidade. Algumas lesões encontradas em exames merecem atenção especial, sendo essas: dilatação dos ductos, cistos complexos e lesões heterogêneas, que algumas vezes, são pré neoplásicas e necessitarão de observação ou cirurgia. O tratamento varia com o estágio do câncer e da saúde do paciente, onde, dependendo do estágio do tumor, faz – se a quimioterapia antes de operar e em outras situações, faz – se a quimioterapia ou radioterapia depois de operar. As operações são procedimentos que removem a cabeça do pâncreas e outros órgãos, ou removem o corpo e a cauda e dificilmente retira-se todo o pâncreas. São grandes cirugias com riscos de complicações, como, fístulas ou diabetes, mas que podem ser feitas por métodos pouco invasivos. Entretanto na maioria, em virtude do diagnóstico tardio, será possível apenas procedimentos paliativos, para melhora da qualidade de vida e alivio dos sintomas. Todos os sinais ou sintomas apresentados aqui, podem ter várias outras causas, pois são semelhantes de outras patologias, mas se são regulares, persistentes, progressivos e não normais para você, não os ignore, converse com um especialista o mais rápido possível e faça referência ao câncer de pâncreas. Se um amigo ou membro da sua família tiver algum destes sintomas, diga-lhes para fazer o mesmo. Em 15 de novembro de 2018, as pessoas em todo o mundo se unirão para exigir melhoria na luta contra o câncer mais difícil do mundo, no Dia Mundial do Câncer Pancreático. Através deste esforço combinado, traz-se uma maior atenção, consciência e melhores resultados para esta doença mortal. Se o câncer de pâncreas é encontrado cedo, é mais tratável, então visitar o seu médico pode salvar sua vida.

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Cirurgia bariátrica é uma opção segura contra obesidade?
20.08.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A obesidade atinge todos os estratos etários da população, sendo um dos maiores problemas de Saúde Pública. No Brasil, metade das pessoas apresentam excesso de peso e 18,9% apresentam obesidade. Apesar da genética e dos estímulos para ingestão de comida, a obesidade é reflexo direto dos hábitos da vida moderna, ausência de atividade física e alimentação calórica, sem qualidade nutricional. As taxas de mortalidade entre os obesos são altas, pois o excesso de gordura agrava problemas de saúde e gera doenças físicas e psicológicas, como câncer, limitações físicas, derrame, refluxo, cirrose, infarto, hipertensão, colesterol alto, diabetes, doença renal, infertilidade, artrite, apneia do sono, destruição da autoimagem e cobranças sociais, diminuindo assim o tempo e qualidade de vida do indivíduo. Para classificar a obesidade, usamos a relação do peso com a altura através do Índice de Massa Corporal (IMC), mas avaliações dos distúrbios metabólicos, doenças associadas e distribuição corporal também são importantes para definir o tratamento. A primeira opção é o tratamento clínico, que inclui uma dieta saudável, exercícios físicos, medicação, acompanhamento com endocrinologista, educador físico, nutricionista e psicólogo. O objetivo é trocar o cenário de sedentarismo e da má alimentação por atividade física e uma dieta balanceada. Quando a obesidade prejudica a saúde e o tratamento clínico apresenta falhas, a cirurgia, conhecida como “redução de estômago” é a melhor opção. Além de reduzir o estômago ou desviar o intestino, ela age também no controle do metabolismo e modifica a saciedade. O preparo pré e pós cirúrgico deverá ser feito por uma equipe multidisciplinar, esse é o segredo para o bom resultado. Os pacientes aptos à cirurgia apresentam falhas no tratamento clínico e IMC acima de 40kg/m² ou entre 35 kg/m² e 40 kg/m², com problemas relacionados ao excesso de peso, como diabetes, pressão alta, refluxo, distúrbio do sono, esteatose hepática e outros. Alguns pacientes ainda não contemplados pelas normas atuais do Conselho Federal da Medicina, CFM para cirurgia bariátrica (diabéticos ou obesos grau 1) são beneficiados, em recentes estudos, por situações especiais, através da técnica da cirurgia metabólica. Há algumas modalidades aprovadas de cirurgia bariátrica, mas bypass gástrico e gastrectomia vertical (sleeve) são as mais realizadas e estudadas, cabendo ao médico apresentá-las ao paciente e recomendar a mais apropriada para cada caso, baseando-se nos exames, em como será o seguimento do pós-operatório, na previsão da perda de peso e na saúde do paciente. Diabetes e refluxo são pontos importantes a serem considerados na escolha da técnica. Atualmente, técnicas laparoscópicas, consideradas menos invasivas, ou robóticas, oferecem melhor visualização e acesso das estruturas anatômicas, diminuindo a dor, reduzindo tempo de internação e possibilitando um retorno mais rápido as atividades. O paciente deverá entender as novas necessidades dietéticas, a importância do controle das carências nutricionais, a rotina de exercícios e a compreensão das mudanças, adquirindo um estilo de vida saudável, de forma fácil e suave, já no pré-operatório. A cirurgia é uma parte do tratamento e, para manter o resultado, é importante a manutenção de um apoio multidisciplinar. A cirurgia bariátrica é, continuamente, aperfeiçoada para melhorar resultados e minimizar riscos, sendo segura e eficaz. Com as técnicas pouco invasivas, os resultados melhoraram muito e os riscos diminuíram consideravelmente. O peso perdido depende de alguns fatores como idade, peso inicial, comorbidades, tipo de cirurgia, exercícios, dieta, motivação e cooperação da família e amigos. A equipe é fundamental, tirando dúvidas, diminuindo riscos, colaborando para um bom resultado e reduzindo as chances de ganhar peso novamente. Os benefícios da cirurgia com a perda de peso são o controle das doenças associadas, diminuição da mortalidade, longevidade e qualidade de vida. Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais, devendo ser realizada em um hospital com boa estrutura e por médicos comprovadamente capacitados, atualizados e que pratiquem os procedimentos regulamentados pelo CFM e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

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Dicas de Cuidados com o Fígado
05.10.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
O fígado é um dos órgãos do sistema digestório mais importantes para a digestão, porque tem a função de metabolizar e de armazenar nutrientes, que só são absorvidos e utilizados pelo organismo após passarem por ele. Sendo um órgão abdominal grande, com um peso aproximado de um quilo e meio, o fígado executa um papel funda- mental na manutenção do equilíbrio do metabolismo e é responsável por uma variedade de funções importantes, como processar os carboidratos, as proteínas, as gorduras, as vitaminas e os minerais dos alimentos advindos dos intestinos, além de remover as toxinas do sangue. Então, amigo, como você anda cuidando do seu fígado? As três principais doenças que podem afetar o fígado são: esteatose, hepatites virais e doenças genéticas. No entanto, eu, como cirurgião de fígado, também recebo no consultório outros problemas corriqueiramente, algumas vezes em pacientes jovens sem doenças anteriores, por exemplo: cistos de fígado, nódulos hepáticos em pacientes jovens, cirrose hepática com tu- mor, abcessos e metástases no fígado. De uma forma geral, com tratamento adequado e especializado, todas essas patologias têm bons resultados a longo prazo. Fique atento à sua saúde e confira 8 dicas para manter seu fígado saudável: 1- Dieta: controle seu peso e tenha uma dieta equilibrada, com baixo teor de gordura. Busque melhores fontes de pro- teínas decorrentes de alimentos à base de plantas, como feijão, legumes e lentilhas, além de incluir frutas e grãos integrais nas refeições diárias, mas não menospreze as fontes animais, que também são importantes, como frango, peixe, ovo e carne. Carboidratos brancos, gorduras trans e o açúcar devem ser evitados. Por isso, o acompanhamento com um nutricionista é importantíssimo; 2- Bebida alcoólica: aprecie com moderação e com consciência. O álcool, quando metabolizado no fígado, produz substâncias tóxicas, o que pode acarretar doenças como cirrose, hepatite alcoólica e esteatose hepática (gordura no fígado); 3- Atividade física: abandone o sedentarismo e pratique atividades físicas, pois elas são bastante importantes para o controle do colesterol e para prevenção e diminuição da gordura no fígado; 4- Inteligência emocional e meditação: atenção plena e foco na sua saúde diminuem as interferências dos gatilhos emocionais; 5- Exames regulares: por ele dificilmente doer, as doenças do fígado são silenciosas, e os sintomas, geralmente, só aparecem nos estágios mais avançados. Quando o diagnóstico é realizado precocemente, as chances de reverter o quadro clínico são maiores; 6- Uso de medicações: evite automedicar-se, pois diversos medicamentos podem causar danos ao fígado. Questione uso crônico de medicações e interações entre eles; 7- Atitudes de risco: seringas e agulhas não devem ser compartilhadas, assim como objetos de higiene pessoal, como lâminas de barbear e utensílios de manicure. Certifique-se de que os instrumentos utilizados para fazer tatuagens e para a colocação de piercings sejam descartáveis. Além disso, use preservativo nas relações sexuais. A prevenção é a melhor maneira para evitar as doenças sexual- mente transmissíveis, como, por exemplo, a hepatite C, que pode causar problemas hepáticos; 8- Acompanhamento com especialista: muitos dos problemas relacionados ao fígado necessitam de intervenções especializadas e críticas, como biópsias, cirurgias ou transplantes. Cuide do seu fígado, pois ele é de extrema importância para o funcionamento do seu organismo e do seu bem-estar.

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Cisto no Pâncreas: Sua incidência está cada vez mais frequente.
29.12.2020
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
Os cistos pancreáticos são pequenos sacos com líquido, os quais podem surgir no pâncreas, sendo benignos/malignos ou verdadeiros/falsos. Geralmente cisto simples não requer tratamento, enquanto outros, com potencial de malignidade, necessitam de cirurgias. A maioria é assintomática, porém dor nas costas, icterícia, perda de peso, vômitos, perda do apetite, gordura nas fezes e diabetes são preocupantes. Os cistos podem nascer com o indivíduo, vir pós-pancreatites, ser causados por traumas ou adquiridos durante a vida. Uma boa avaliação é adequada, principalmente, em casos sintomáticos e com potencial maligno. A prevalência se correlaciona com a idade, no entanto, não há diferença significativa em relação ao sexo. Com a crescente utilização e melhoria dos exames, como tomografias e ressonâncias, aumentou-se a identificação de cistos insuspeitados, trazendo o dilema de como fazer a triagem e como tratar o problema, associado à angústia e ao medo dos pacientes, pela prevalência e pelo potencial de malignidade incertos. Os vários tipos diferem em seu comportamento clínico, na história e no potencial de malignidade. Lesões, como neoplasias císticas mucinosas papilares intraductais (IPMNs) e neoplasias pseudopapilares sólidas, podem sofrer transformação maligna, enquanto os tumores neuroendócrinos císticos já abrigam potencial mais preocupante, dependendo do grau. Por outro lado, pseudocistos, cistos linfoepiteliais e cistos de retenção se comportam indolentemente e quase nunca evoluem para malignidade. O tratamento é baseado em achados da história clínica, em tamanho, em imagem e em ultrassom endoscópico. Os cistos com baixo risco, pequenos, em jovens e sem comorbidades, considerando preferências do paciente e sua consciência do risco, geralmente, são conduzidos apenas com exames periódicos. Para nossa tranquilidade, esses são a grande maioria. Em cistos intermediários, é necessário vigilância, com análise do líquido cístico e/ou das características das imagens, esclarecendo ao paciente os possíveis dilemas do diagnóstico e do tratamento, bem como a carga econômica e emocional dos exames. Os sinais de alto risco de malignidade são baseados em sintomas, como icterícia, nódulos, espessamentos, crescimento, marcadores, linfonodos tamanho e dilatação do ducto principal. Na presença dessas alterações, a cirurgia deve ser realizada, levando em consideração os riscos, para que o procedimento não leve a um dano maior que o da lesão. Cabe ao especialista uma abordagem sensata e atualizada, entendendo que os recursos diagnósticos e terapêuticos pertinentes não estão uniformemente disponíveis, evitando uso desnecessário de exames. Considero que a chave para um bom acompanhamento é ter empatia com o momento de medo que o paciente vive, entendendo as preferências e passando-lhe tranquilidade e segurança.

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O QUE CAUSA FIBROSE NO FÍGADO?
31.03.2021
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A fibrose é o resultado da formação de tecidos cicatriciais no fígado. Quando ele sofre lesões constantes, produz células que cicatrizam as áreas agredidas, mas que não desempenham o mesmo papel das células hepáticas, por isso prejudicam o funcionamento do órgão. A fibrose hepática é o resultado de lesões e de agressões sofridas pelo fígado de forma constante e por um período longo. Por causa da sua capacidade regenerativa, produz células, para se recuperar, mas elas são diferentes das normais, formando uma cicatriz, que não consegue cumprir as mesmas funções, por isso, aos poucos, o fígado deixa de funcionar como antes, trazendo prejuízos à saúde das pessoas. As principais causas são: esteato-hepatite, que é a evolução da gordura no fígado, acumulada por causa do sedentarismo ou da obesidade, levando à inflamação e, gradualmente, à substituição de suas células saudáveis pela cicatriz. As doenças virais são outra causa, que, quando combatida pelo nosso sistema de defesa, pode levar à morte das células hepáticas e à formação de fibrose e até à cirrose. O consumo de álcool, quando excessivo e prolongado, provoca agressões contínuas que levam a quadros graves de fibrose, podendo evoluir para hepatomegalia, insuficiência hepática, cirrose e, em alguns casos, causar a morte. O tratamento não é feito especificamente para a fibrose, mas tem como foco a causa dela. O objetivo é evitar que o fígado continue sofrendo lesões, para desacelerar a formação das cicatrizes e prevenir a perda das funções. Nos quadros virais, a abordagem é ofertar ao organismo condições, para combater esse vírus, que, se tratado no início, possibilita que o fígado se recupere completamente. Para aqueles que apresentam a esteatose hepática é feita a mudança de hábitos, adotando uma alimentação saudável, controlando o peso, baixando o colesterol e saindo do sedentarismo. Para pessoas com doenças hepáticas crônicas, o controle delas é fundamental, para que o fígado não seja lesionado, no caso de consumo de álcool, é necessária uma mudança de hábitos. No caso de medicamentos que agridam o órgão, deve-se substituir a fórmula. Quando a lesão já está extensa, podemos eliminar o fator de base e evitar a progressão dela, mas nem sempre é possível reverter o quadro. Essas e outras abordagens são adotadas, quando a fibrose é leve ou moderada. No caso dos pacientes que já estão em um estágio mais avançado, a única forma de cura possível é o TRANSPLANTE DE FÍGADO. A cirrose é uma doença que não pode ser curada, por isso é muito importante fazer o controle dela, evitando que continue a afetar as funções do fígado. A fibrose hepática não costuma apresentar sintomas, quando ainda está no início, mas é possível identificar alterações na função hepática, por meio de exames. Então, é muito importante fazer o acompanhamento médico, em especial em quadros de risco, e realizar o tratamento quanto antes, para eliminar o fator causador.

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ESTEATOSE HEPÁTICA, CIRURGIA BARIÁTRICA E TRANSPLANTE DE FÍGADO: QUAL A RELAÇÃO?
22.06.2021
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
A esteatose hepática é motivo de preocupação e dúvidas de muitos pacientes que procuram os consultórios médicos. É muito importante entender que esteatose hepática é o depósito de gordura no fígado, causado por fatores de risco como obesidade, diabetes, colesterol alto e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Apesar de nem sempre existirem sintomas, é possível sentir dor no lado direito do abdômen, empachamentos, enjoos, vômitos e mal-estar geral. Esse acúmulo de gordura pode evoluir para hepatite, fibrose (consequente a tentativa de cicatrização pelo organismo), cirrose e formação de tumores malignos do fígado. Em paciente com obesidade grau 2, a cirurgia bariátrica é uma intervenção eficaz, pois a perda de peso reduz a gordura hepática. Já em estágios muitos avançados, alguns pacientes serão candidatos ao transplante de fígado. A gordura no fígado é avaliada através dos exames de ultrassonografia, ressonância ou elastografia, sendo classificada em: Grau 1, onde o excesso de gordura é pouco ofensivo, Grau 2 o excesso de gordura inflama o fígado, podendo aparecer alguns sintomas; no Grau 3 ou fibrose hepática, existem gordura, inflamação e formação de cicatrizes, mas o fígado ainda funciona normalmente e no Grau 4 ou cirrose hepática, que é a fase mais grave, após anos de inflamação, pode evoluir para câncer ou morte do fígado. A cirurgia bariátrica promove melhora de 90% da esteatose, 30% dos casos com fibrose, e benefícios nas comorbidades em todos os casos, porém, em situações como esteatose severa, alterações de transaminases e sinais de rigidez do órgão, é sugerida uma biópsia hepática. A escolha de técnicas clássicas de cirurgia bariátrica, não mostraram grandes diferenças, entre elas, na evolução da gordura hepática (obesity surgery (31), 2021). Pode haver descompensação hepática no pós-operatório de cirurgia bariátrica em até 7% dos casos de doença gordurosa avançada, geralmente conduzidos com medidas conservadoras, porém sem contraindicações para o procedimento “bypass”, principalmente em doença do refluxo severo, na qual a técnica sleeve não seria tão apropriada (obesity surgery, july 2020). Pacientes com sinais de doença hepática avançada recebem contraindicação para gastroplastia, pelo risco de descompensação hepática. A combinação das duas cirurgias (bariátrica com transplante) é recomendada em casos de cirrose devido a obesidade, que é a primeira causa de transplante de fígado nos EUA atualmente. Concluo que se deve procurar um especialista, onde o mesmo indicará um tratamento de acordo com o grau da doença. Quando a esteatose hepática é leve, pode ser tratada com uma constância de atividades físicas, perda de peso, uso de medicações e implementação de uma dieta mais saudável e equilibrada. O tratamento também envolve cuidar de outros problemas que podem agravar a gordura no fígado: a diabetes, obesidade, pressão alta e o colesterol alto. Para encerrar, vale relembrar que em casos mais graves, o fígado pode evoluir com cirrose hepática e demandar o transplante do órgão.

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O Que Você Sabe Sobre Câncer Colorretal?
27.09.2021
Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Sousa
É o tumor maligno mais frequente do aparelho digestivo, que se desenvolve no intestino grosso (cólon) ou no reto. Sua origem ocorre a partir de um pólipo, uma pequena elevação na parede, e que, ao longo dos anos, vai sofrendo alterações nas células de modo progressivo. Mas o câncer pode se desenvolver a partir da mucosa não polipoide, sendo mais prevalentes em algumas famílias, que podem passar essa predisposição para seus descendentes. Algumas doenças inflamatórias crônicas (Crohn ou Retocolite Ulcerativa) também são fatores predisponentes. Atinge a população masculina e feminina de maneira semelhante, mas sua incidência em homens é maior, principalmente após os 50 anos. Em geral, o câncer colorretal é silencioso e traiçoeiro, causando sintomas apenas em estágio mais avançado. Entre os principais sinais da doença, estão: sangramento ao evacuar; anemia; pacientes que evacuavam regularmente e passam a apresentar constipação ou diarreia; evacuação incompleta; desconforto abdominal; fezes pastosas e escuras; e perda de peso inexplicável. Uma das principais formas de prevenir o câncer colorretal é adotar uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e vegetais, além de evitar a carne vermelha, gordura animal e os alimentos embutidos. Também é importante praticar exercícios físicos, combater a obesidade e diminuir cigarros e bebidas. Os Consensos e as Sociedades Médicas recomendam a realização de colonoscopia (endoscopia do reto e dos cólons) após os 45 anos para todos os pacientes assintomáticos. Esse exame também deve ser indicado em pacientes com parentes de primeiro e segundo graus diagnosticados com câncer de cólon ou nos pacientes com os sintomas supracitados. A colonoscopia, ademais, tem caráter profilático, pois consegue visualizar toda a região dos cólons e, caso encontre algum pólipo, pode removê-lo antes que se transforme em um tumor maligno. Quando o tumor ainda é inicial, o tratamento é menos agressivo, ou seja, é baseado na retirada de pólipos ou cânceres em estágios precoces, por colonoscopia. Em tumores maiores, existe a necessidade de cirurgia, que consiste na ressecção do segmento acometido pelo tumor, juntamente com os possíveis focos de disseminação (linfonodos, fígado e metástases à distância). Este procedimento pode ser realizado por cirurgia aberta, por laparoscopia e/ou por cirurgia robótica, dependendo da indicação. A maior parte dos procedimentos cirúrgicos para tratamento dos cânceres colorretais pode ser realizada por cirurgia minimamente invasiva, em especial a Laparoscopia, obtendo-se excelentes resultados, em termos de ressecção oncológica, associados a melhor recuperação funcional, retorno mais rápido às atividades e com melhor aspecto das cicatrizes. O tratamento para o câncer colorretal envolve a utilização de uma equipe multidisciplinar e multimodal, empregando-se quimioterapia, imunoterapia, radioterapia ou cirurgia, dependendo do local, do tamanho, da extensão e da profundidade. Ou caso exista disseminação para linfonodos ou órgãos distantes do intestino, como o fígado (metástases hepáticas). Quanto mais precoce for o diagnóstico, menor será a morbidade e o tempo que o paciente passará por tratamento. Portanto, há maiores chances de cura.

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