ESTEATOSE HEPÁTICA, CIRURGIA BARIÁTRICA E TRANSPLANTE DE FÍGADO: QUAL A RELAÇÃO?

22.06.2021

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ESTEATOSE HEPÁTICA, CIRURGIA BARIÁTRICA E TRANSPLANTE DE FÍGADO: QUAL A RELAÇÃO?

22.06.2021

A esteatose hepática é motivo de preocupação e dúvidas de muitos pacientes que procuram os consultórios médicos. É muito importante entender que esteatose hepática é o depósito de gordura no fígado, causado por fatores de risco como obesidade, diabetes, colesterol alto e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Apesar de nem sempre existirem sintomas, é possível sentir dor no lado direito do abdômen, empachamentos, enjoos, vômitos e mal-estar geral.

Esse acúmulo de gordura pode evoluir para hepatite, fibrose (consequente a tentativa de cicatrização pelo organismo), cirrose e formação de tumores malignos do fígado. Em paciente com obesidade grau 2, a cirurgia bariátrica é uma intervenção eficaz, pois a perda de peso reduz a gordura hepática. Já em estágios muitos avançados, alguns pacientes serão candidatos ao transplante de fígado.

A gordura no fígado é avaliada através dos exames de ultrassonografia, ressonância ou elastografia, sendo classificada em: Grau 1, onde o excesso de gordura é pouco ofensivo, Grau 2 o excesso de gordura inflama o fígado, podendo aparecer alguns sintomas; no Grau 3 ou fibrose hepática, existem gordura, inflamação e formação de cicatrizes, mas o fígado ainda funciona normalmente e no Grau 4 ou cirrose hepática, que é a fase mais grave, após anos de inflamação, pode evoluir para câncer ou morte do fígado.

A cirurgia bariátrica promove melhora de 90% da esteatose, 30% dos casos com fibrose, e benefícios nas comorbidades em todos os casos, porém, em situações como esteatose severa, alterações de transaminases e sinais de rigidez do órgão, é sugerida uma biópsia hepática. A escolha de técnicas clássicas de cirurgia bariátrica, não mostraram grandes diferenças, entre elas, na evolução da gordura hepática (obesity surgery (31), 2021).

Pode haver descompensação hepática no pós-operatório de cirurgia bariátrica em até 7% dos casos de doença gordurosa avançada, geralmente conduzidos com medidas conservadoras, porém sem contraindicações para o procedimento “bypass”, principalmente em doença do refluxo severo, na qual a técnica sleeve não seria tão apropriada (obesity surgery, july 2020). Pacientes com sinais de doença hepática avançada recebem contraindicação para gastroplastia, pelo risco de descompensação hepática. A combinação das duas cirurgias (bariátrica com transplante) é recomendada em casos de cirrose devido a obesidade, que é a primeira causa de transplante de fígado nos EUA atualmente.

Concluo que se deve procurar um especialista, onde o mesmo indicará um tratamento de acordo com o grau da doença.

Quando a esteatose hepática é leve, pode ser tratada com uma constância de atividades físicas, perda de peso, uso de medicações e implementação de uma dieta mais saudável e equilibrada. O tratamento também envolve cuidar de outros problemas que podem agravar a gordura no fígado: a diabetes, obesidade, pressão alta e o colesterol alto.

Para encerrar, vale relembrar que em casos mais graves, o fígado pode evoluir com cirrose hepática e demandar o transplante do órgão.

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Dr. Marcelo Gonçalves Sousa

Cirurgia do Fígado e do Pâncreas | Cirurgia Bariátrica e Metabólica | Cirurgia do Aparelho Digestivo
CRM/PB 5438 | RQE 5106 / RQE 3478
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RQE 5106 / RQE 3478