Cirurgia Laparoscópica Avanço em Cirurgia Digestiva

20.08.2020

Compartilhe

Cirurgia Laparoscópica Avanço em Cirurgia Digestiva

20.08.2020

A cirurgia videolaparoscópica representa o maior avanço da cirurgia contemporânea. Atualmente, esta modalidade cirúrgica é considerada minimamente invasiva, pois é realizada através de pequenas incisões ou cortes no abdômen. Outras técnicas minimamente invasivas vêm merecendo a atenção no mundo todo e, em breve, devem entrar para o arsenal diagnóstico e terapêutico das doenças do aparelho digestivo como cirurgia por orifícios naturais, por mini-incisão única e cirurgia robótica.

O abdômen é insuflado com dióxido de carbono gasoso, elevando a parede abdominal acima dos órgãos internos para criar um espaço de trabalho e visualização. O CO2 é comum ao corpo humano e pode ser absorvido pelo tecido e removido pelo sistema respiratório, além de não ser inflamável – o que é bem importante, pois os dispositivos eletrocirúrgicos são comumente usados em procedimentos laparoscópicos. Neste procedimento, há introdução de uma microcâmera e pinças compridas e delicadas através de portais (trocateres) colocados na cavidade abdominal por meio de pequenas incisões ou punções. A imagem captada no interior do abdômen é retransmitida através de um monitor especial.

Há uma série de vantagens para o paciente com a cirurgia laparoscópica em relação ao procedimento aberto. São elas: diminuição da dor no pós-operatório, menor tempo de internação, menos trauma operatório, melhor resultado cosmético, com cicatrizes menores, retorno mais rápido às atividades rotineiras e menor índice de infecção de ferida cirúrgica.

É possível realizar quase todos os tipos de cirurgia abdominal pelo método laparoscópico, sendo considerado um avanço na cirurgia geral e do aparelho digestivo, como: biópsias, tratamento de neoplasias do aparelho digestivo (esôfago, estômago, intestino, reto, pâncreas e fígado), lesões pancreáticas e hepáticas benignas, hérnias da parede abdominal, doença do refluxo, retirada da vesícula, retirada do apêndice, esplenectomia, cirurgias bariátricas, patologias ginecológicas (endometriose) e, importantíssimo, em casos duvidosos na urgência, servindo como diagnóstico e tratamento.

As afecções a serem abordadas por videolaparoscopia permanecem com as mesmas indicações daquelas da cirurgia convencional, sendo uma contraindicação absoluta para esta abordagem a impossibilidade do paciente ser submetido a anestesia geral. Todos os pacientes devem ter suas condições cardiovasculares e respiratórias analisadas antes da decisão quanto à sua abordagem. A escolha da videolaparoscopia implica na criteriosa seleção dos pacientes, com base na doença a ser tratada, na experiência e treinamento do cirurgião, na infraestrutura hospitalar e na tecnologia disponível.

Algumas situações como grandes tumores, coagulopatias, aderências, distensão do intestino e cirurgias mais complexas, representam obstáculos para esta técnica, sendo de grande importância a experiência e o discernimento do cirurgião, onde este método pode ser convertido para a cirurgia convencional de acordo com as circunstâncias, por necessidade ou por prudência, levando em consideração a segurança do paciente.

Concluindo, a cirurgia laparoscópica não é uma cirurgia experimental, representa uma evolução da cirurgia digestiva. Ela já é realizada há muito tempo em grandes centros médicos do mundo inteiro, sempre buscando o melhor resultado e uma maior segurança para o paciente.

Compartilhe

Dr. Marcelo Gonçalves Sousa

Cirurgia do Fígado e do Pâncreas | Cirurgia Bariátrica e Metabólica | Cirurgia do Aparelho Digestivo
CRM/PB 5438 | RQE 5106 / RQE 3478
CRM/PB 5438
RQE 5106 / RQE 3478