Cisto no Pâncreas: Sua incidência está cada vez mais frequente.

29.12.2020

Compartilhe

Cisto no Pâncreas: Sua incidência está cada vez mais frequente.

29.12.2020

Os cistos pancreáticos são pequenos sacos com líquido, os quais podem surgir no pâncreas, sendo benignos/malignos ou verdadeiros/falsos. Geralmente cisto simples não requer tratamento, enquanto outros, com potencial de malignidade, necessitam de cirurgias. A maioria é assintomática, porém dor nas costas, icterícia, perda de peso, vômitos, perda do apetite, gordura nas fezes e diabetes são preocupantes.

Os cistos podem nascer com o indivíduo, vir pós-pancreatites, ser causados por traumas ou adquiridos durante a vida. Uma boa avaliação é adequada, principalmente, em casos sintomáticos e com potencial maligno. A prevalência se correlaciona com a idade, no entanto, não há diferença significativa em relação ao sexo.

Com a crescente utilização e melhoria dos exames, como tomografias e ressonâncias, aumentou-se a identificação de cistos insuspeitados, trazendo o dilema de como fazer a triagem e como tratar o problema, associado à angústia e ao medo dos pacientes, pela prevalência e pelo potencial de malignidade incertos.

Os vários tipos diferem em seu comportamento clínico, na história e no potencial de malignidade. Lesões, como neoplasias císticas mucinosas papilares intraductais (IPMNs) e neoplasias pseudopapilares sólidas, podem sofrer transformação maligna, enquanto os tumores neuroendócrinos císticos já abrigam potencial mais preocupante, dependendo do grau. Por outro lado, pseudocistos, cistos linfoepiteliais e cistos de retenção se comportam indolentemente e quase nunca evoluem para malignidade.

O tratamento é baseado em achados da história clínica, em tamanho, em imagem e em ultrassom endoscópico. Os cistos com baixo risco, pequenos, em jovens e sem comorbidades, considerando preferências do paciente e sua consciência do risco, geralmente, são conduzidos apenas com exames periódicos. Para nossa tranquilidade, esses são a grande maioria.

Em cistos intermediários, é necessário vigilância, com análise do líquido cístico e/ou das características das imagens, esclarecendo ao paciente os possíveis dilemas do diagnóstico e do tratamento, bem como a carga econômica e emocional dos exames.

Os sinais de alto risco de malignidade são baseados em sintomas, como icterícia, nódulos, espessamentos, crescimento, marcadores, linfonodos tamanho e dilatação do ducto principal. Na presença dessas alterações, a cirurgia deve ser realizada, levando em consideração os riscos, para que o procedimento não leve a um dano maior que o da lesão.

Cabe ao especialista uma abordagem sensata e atualizada, entendendo que os recursos diagnósticos e terapêuticos pertinentes não estão uniformemente disponíveis, evitando uso desnecessário de exames. Considero que a chave para um bom acompanhamento é ter empatia com o momento de medo que o paciente vive, entendendo as preferências e passando-lhe tranquilidade e segurança.

Compartilhe

Dr. Marcelo Gonçalves Sousa

Cirurgia do Fígado e do Pâncreas | Cirurgia Bariátrica e Metabólica | Cirurgia do Aparelho Digestivo
CRM/PB 5438 | RQE 5106 / RQE 3478
CRM/PB 5438
RQE 5106 / RQE 3478