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"Dra. Tatiana Almeida"

Respirar pela boca é normal?
18.09.2020
Dra. Tatiana Almeida
Respirar é tão natural para o ser humano que mal percebemos a execução desta atividade fisiológica. Mas, para algumas pessoas, esse ato considerado habitual e imperceptível, é desconfortável e exige esforço extra, por apresentar algum grau de obstrução nasal, o que leva, consequentemente, à respiração oral. As principais causas de obstrução nasal são: aumento das adenoides, desvios do septo nasal e aumento das conchas nasais. A respiração oral leva a alterações anatomofisiológicas no indivíduo, impactando negativamente na sua qualidade de vida. CAUSAS DE OBSTRUÇÃO NASAL As adenoides (tonsilas faríngeas) são formadas por tecido linfoide, localizadas na rinofaringe, sendo avaliada através de exames de imagem como radiografia e videoendoscopia nasal. Elas fazem parte do sistema imunológico de nosso organismo, ao identificar os micro-organismos aos quais estamos expostos, ajudando na formação de anticorpos contra eles. Esta proteção imunológica ocorre durante os primeiros anos de vida, diminuindo de importância à medida que a pessoa cresce. Geralmente, após os 3 anos de idade essa função cessa completamente e inicia-se o processo de involução das adenoides. O desvio do septo nasal seria uma laterização desorganizada da cartilagem nasal (septo nasal) que separa as cavidades do nariz. Pode ser uma variação anatômica ou ser causado por traumas na face. Este desvio pode gerar sensação de obstrução no nariz no lado onde se observa a laterização. Já as conchas nasais (também chamadas de cornetos nasais) são estruturas ósseas recobertas por mucosa, localizadas na parede lateral da cavidade nasal. Elas são as responsáveis pelo aquecimento e filtragem do ar durante a respiração. O aumento dessas estruturas pode ocorrer por processos alérgicos, como nas rinites, ou em processos infecciosos, como nas sinusites, sendo estes temporários ou definitivos, dependendo da causa. CONSEQUÊNCIAS DA RESPIRAÇÃO ORAL A respiração nasal é importante para o desenvolvimento dos seios paranasais e filtragem do ar inspirado. Quando há algum tipo de obstrução nasal, levando a uma respiração oral, pode-se observar: aumento do número de amigdalites, crescimento prejudicado dos dentes e dos seios da face nas crianças, alterações no sono, roncos, secura oral. TRATAMENTOS O tratamento da obstrução nasal dependerá da causa. Quando há aumento da adenoide utilizam-se medicações que auxiliem no controle inflamatório e contribuam com a involução, sendo reservado para os casos que não respondam clinicamente, a indicação de remoção cirúrgica (adenoidectomia). Os desvios do septo nasal devem ser corrigidos através de cirurgia, conhecida como septoplastia. Nos casos de aumento das conchas nasais, utiliza-se medicação tópica e oral, quando não há melhora dos sintomas, indica-se cirurgia para a diminuição do tamanho das conchas (turbinectomia). Fica claro que a respiração pela boca não é fisiológica; que não existe uma fórmula única para a resolução dos quadros de obstrução nasal e, consequentemente, da respiração oral, sendo imprescindível a avaliação por um especialista otorrinolaringologista.

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Cirurgia das amígdalas e adenoides: quando operar
18.09.2020
Dra. Tatiana Almeida
Chamamos de Amigdalectomia o procedimento cirúrgico de remoção das amígdalas ou tonsilas palatinas. As amígdalas são estruturas linfoepiteliais que compõem o Anel Linfático de Waldeyer, anel de proteção imunológica localizado na cavidade faríngea. Fazem também parte desse conjunto as adenoides ou tonsilas faríngeas, cuja cirurgia é a Adenoidectomia. A cirurgia das amígdalas pode ser realizada em adultos ou crianças, já a cirurgia das adenoides normalmente realiza-se apenas em crianças, as quais ainda apresentam esta estrutura linfoide, pois a mesma tende a involuir com o crescimento. Ambos os procedimentos, durante muitos anos, foram motivos de controvérsias entre especialidades médicas. Na história desses procedimentos, houve uma alternância entre períodos de indicações exageradas e quase proibição da realização das mesmas. Atualmente, vivenciamos uma fase de análise de resultados e indicações mais criteriosas, baseadas em estudos científicos. Dentre as indicações de amigdalectomia, temos o aumento das tonsilas palatinas, quando este causa obstrução das vias aéreas superiores, respiração oral, roncos noturnos, sonolência diurna e distúrbios do sono, incluindo a apneia obstrutiva do sono, alem de alterações no crescimento da face e dentário. Além disso, nos casos em que se observam episódios repetitivos de amigdalites, consideram-se os critérios de Paradise et al como indicação de amigdalectomia: 7 ou mais episódios de amigdalites em 1 ano; ou 5 ou mais episódios ao ano por 2 anos consecutivos; ou 3 ou mais episódios ao ano por 3 anos consecutivos. Considera-se a adenoidectomia em pacientes com obstrução nasal moderada ou grave devido ao aumento da tonsila faríngea, para melhorar o fluxo respiratório nasal e drenagem de secreções. O procedimento também tem eficácia comprovada nos casos de inflamação recorrentes em ouvido médio, a chamada otite média secretora, podendo ser necessária a associação da colocação de tubo de ventilação em membrana timpânica. Não existe idade ideal para a cirurgia das amígdalas e da adenoide, e sim, o momento certo de cada criança dependendo da gravidade do caso. O médico otorrinolaringologista avalia todos os sinais e sintomas e o impacto destes sobre a qualidade de vida do paciente. A indicação de cirurgia só pode ser feita após uma rigorosa avaliação clínica, com ajuda de exames endoscópicos ou de imagem que comprovem o prejuízo causado por estas estruturas.

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Imunoterapia: uma opção para o tratamento da Rinite alérgica.
18.09.2020
Dra. Tatiana Almeida
As doenças alérgicas ou atópicas estão presentes em todo o mundo e atingem todas as faixas etárias. Por serem multifatoriais, o controle é bastante difícil e necessita de várias medidas terapêuticas. A Rinite alérgica é uma doença atópica que se caracteriza por uma inflamação da mucosa nasal, da qual resultam sintomas como obstrução nasal, espirros, coriza, prurido (coceira) nasal entre outros. O desenvolvimento da Rinite alérgica depende de: • Fatores genéticos (aumento do risco quando ambos progenitores forem atópicos); • Exposição a alérgenos ambientais (como pólens, ácaros, fungos, pêlos de animais; • Exposição a adjuvantes, como tabaco e poluição. O diagnóstico da Rinite alérgica é dado pelos sintomas referidos pelo paciente além de alterações observadas em exames complementares. Por exemplo, exames de imagem (avaliação da anatomia existente e gravidade de sinusopatias associadas), testes cutâneos de hipersensibilidade e avaliação imunológica. Após a confirmação da existência de Rinite alérgica, esta deve ser graduada para que a partir daí possa se iniciar a terapêutica adequada. A primeira etapa do tratamento deve ser a orientação quanto à exposição aos alérgenos e às formas de prevenção. Pode-se destacar: lavagens nasais com soro fisiológico, higienização periódica de colchões, travesseiros e outros, além do uso de umidificadores para controle de ambiente. O tratamento medicamentoso da Rinite alérgica habitualmente utiliza anti-histamínicos, descongestionantes orais, corticoides tópicos ou orais. A escolha do tipo de medicação dependerá da gravidade da Rinite e dos sintomas presentes. O tratamento com vacinas é chamado tecnicamente de imunoterapia. A vacina é específica para cada alérgeno e consiste na administração do extrato alergênico com o objetivo de promover a tolerância clínica, diminuindo ou eliminando os sintomas. Em pacientes com Rinite alérgica adequadamente selecionados, a imunoterapia resulta em diminuição significativa dos sintomas e do uso de medicações, além de modificar o curso natural da doença alérgica, proporcionando melhora a longo prazo. Seria incorreto afirmar que as vacinas extinguiriam por completo a Rinite alérgica, mas pode-se afirmar que proporciona por muitos anos melhora e até ausência dos sintomas, garantindo excelente qualidade de vida.

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