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Chamamos de Amigdalectomia o procedimento cirúrgico de remoção das amígdalas ou tonsilas palatinas. As amígdalas são estruturas linfoepiteliais que compõem o Anel Linfático de Waldeyer, anel de proteção imunológica localizado na cavidade faríngea. Fazem também parte desse conjunto as adenoides ou tonsilas faríngeas, cuja cirurgia é a Adenoidectomia. A cirurgia das amígdalas pode ser realizada em adultos ou crianças, já a cirurgia das adenoides normalmente realiza-se apenas em crianças, as quais ainda apresentam esta estrutura linfoide, pois a mesma tende a involuir com o crescimento.
Ambos os procedimentos, durante muitos anos, foram motivos de controvérsias entre especialidades médicas. Na história desses procedimentos, houve uma alternância entre períodos de indicações exageradas e quase proibição da realização das mesmas. Atualmente, vivenciamos uma fase de análise de resultados e indicações mais criteriosas, baseadas em estudos científicos. Dentre as indicações de amigdalectomia, temos o aumento das tonsilas palatinas, quando este causa obstrução das vias aéreas superiores, respiração oral, roncos noturnos, sonolência diurna e distúrbios do sono, incluindo a apneia obstrutiva do sono, alem de alterações no crescimento da face e dentário.
Além disso, nos casos em que se observam episódios repetitivos de amigdalites, consideram-se os critérios de Paradise et al como indicação de amigdalectomia: 7 ou mais episódios de amigdalites em 1 ano; ou 5 ou mais episódios ao ano por 2 anos consecutivos; ou 3 ou mais episódios ao ano por 3 anos consecutivos. Considera-se a adenoidectomia em pacientes com obstrução nasal moderada ou grave devido ao aumento da tonsila faríngea, para melhorar o fluxo respiratório nasal e drenagem de secreções.
O procedimento também tem eficácia comprovada nos casos de inflamação recorrentes em ouvido médio, a chamada otite média secretora, podendo ser necessária a associação da colocação de tubo de ventilação em membrana timpânica. Não existe idade ideal para a cirurgia das amígdalas e da adenoide, e sim, o momento certo de cada criança dependendo da gravidade do caso. O médico otorrinolaringologista avalia todos os sinais e sintomas e o impacto destes sobre a qualidade de vida do paciente. A indicação de cirurgia só pode ser feita após uma rigorosa avaliação clínica, com ajuda de exames endoscópicos ou de imagem que comprovem o prejuízo causado por estas estruturas.
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